segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O mar e as histórias... e os pilares de Deus


Quando erámos crianças, eu, o amigo Rodrigo, e meu irmão Guilherme, costumávamos pescar distante de casa acreditando em algo que hoje descrevo como fé pesqueira. Tinha um lugar na beira da praia que a gente acreditava ser diferente do que se formava em frente a nossas casas... neste lugar era comum pescar bons papaterras. A gente pescava uns grandes, alguns que hoje imagino girar em torno de 700-1000 gramas. Acreditava e pescava peixes maiores... Eu lembro que a gente colocava uma expectativa sobre as pescarias! Ouvíamos e criávamos mitos sobre pesca. Enquanto éramos crianças vivíamos ali sob o olhar dos pais, e pescávamos somente por ali no "bairro" da praia. Algumas vezes eu ia com meu pai longe pela praia, com o carro, uns 20-30 km de distância. Naquele tempo parecia muito, hoje é comum eu nem ir pescar nestes lugares porque eles já estão povoados. Muito tempo depois de tirar carteira de habilitação, um amigo havia me contado sobre um lugar que tentaram construir uma plataforma de pesca. Achei que ele estava inventando a história... Um dia resolvi ir do Quintão até o Balneário Mostardense para ver como era a praia neste trajeto. Então fui... sozinho, rumo ao horizonte de estrada de areia paralela ao mar. A praia estava boa para andar de carro... e o fiat uno é um tipinho que vai mesmo, e o melhor de tudo, gasta pouco e custa pouco! Então eu passei por naufrágios, embarcações abandonadas e consumidas pelo mar, vilarejos de pescadores, faróis e estes pilares que batizei de pilares de Deus. Olhando os pilares parece que eles mostram o caminho de algo. Sabe lá o que isto quer dizer, mas eu achei muito interessante, e sendo em uma região tão remota, certamente poderia ser uma grande pescaria. Passei por este lugar umas 4 ou 5 vezes na minha vida. Nunca pesquei em frente, ou por falta de buraco aparente, ou por ser apenas passagem no dia, mas é um lugar que eu fiquei pensando ser digno de lendas. E os velhos da época devem ter muita história para contar desta região que por muito tempo foi apontado como região de tubarões e violas. Hoje estes peixes estão quase esgotados, mas em tempos passados, deveria ser uma barbada fazer pescaria na região. Nascem histórias "contadas" por um avô, pai, tio... são histórias do mar. 

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