| Black "gold" Drum, de Marcio Fagundes, 2006. |
Algum tempo atrás, enquanto pescávamos nem me recordo mais o que... eu e Marcio voltávamos frustrados de uma pescaria com poucos e pequenos peixes, depois de um dia de insistente pescaria. Meio fora da proposta, retornamos aos poucos para o QG de pesca. Ao passar por um naufrágio, observamos que o vento sul tocava forte. Marcio olhou e quis tentar o pesqueiro, e me perguntou: "Não vai tentar?"
Respondi... "tu tá louco que vou entrar neste navio pra arriscar não pegar nada." Já devidamente acomodado em roupas secas. Entrou de prancha e colocou a linha... em seguida bateu. Pau... terminou de recolher, anzol na praia! O peixe cuspiu o anzol... iscou de novo com marisco fechado e colocou no mesmo lugar. Bateu! Foi de novo... desta vez, veio uma corvina de 3,5 kg! Xiiii... tá cheio de corvina ao lado do naufrágio. "É só o que tem!", disse pra ele. Contudo, o sacrifício para pescar neste navio não compensava para pescar corvinas. Se o leitor do texto me permite a recusa, corvinas pesco na praia, muitas vezes sem molhar os pés.
Marcio, muito insistente falou... "Beto, me arruma um siri!" Então fui buscar um bom siri e consegui com pescadores na beira da praia. Iscamos, entrou de novo... na terceira vez o vivente já tava mortinho, mas dizia que estava ótimo. Tá pensando que é fácil puxar linha pro meio do mar quando bate o sul? Eu, ele e outros amigos já entramos centenas de vezes no mar... inclusive uma vez tive receio de perder a vida. Então a cautela já era forte neste que vos escreve. Bom, o caniço ficou lá... desta vez ficou quieto! Voltamos pro carro pra nos defender do frio, e ficamos conversando a respeito do dia e de outras investidas pesqueiras. Logo depois apareceram uns pescadores perguntando de peixe... e Marcio saiu do carro e foi conversar com eles. Fiquei ali, no carro, abrigado do vento e de olho no caniço. O caniço firme, embodocado, oscilando muito pouco devido a forte pressão do mar. Fiquei olhando, olhando, olhando... e Marcio de prosa com pescadores. Foi então que o caniço pegou pressão, pegou mais pressão, mais um pouco, sacudiu e foi perdendo pressão pra trás. E foi de novo pra frente pra tirar qualquer dúvida que pudesse existir. Tive que avisar o vivente que o caniço dele tava batido... ele não viu nada. Brigou com peixe, que ao sair da água, percebemos que era de ouro... uma pequena miraguaia de ouro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário